Porque o interior do país não pode ficar esquecido, partimos à descoberta de uma vila bem no centro de Portugal. Oleiros, ainda por nós desconhecida, foi uma verdadeira surpresa. Dois dias bastaram para ficarmos completamente rendidos!
O concelho possui um relevo muito acentuado, com diversas estradas e caminhos florestais, e onde se pode usufruir de vistas panorâmicas de tirar o fôlego. Curioso? Leia até ao fim para saber o que fazer em Oleiros.
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Onde se localiza Oleiros e como chegar
A vila de Oleiros é uma vila portuguesa pertencente ao distrito de Castelo Branco. Do Centro Geodésico de Portugal, o território dista cerca de 40 km a Norte.
É sede de concelho e situa-se numa zona de grande beleza natural, caracterizada pelas suas paisagens rurais e abundantes cursos de água.
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Vindo do Porto, basta seguir a A1 direcção Coimbra, depois a A13 direcção Miranda do Corvo (saída IC8 Castelo Branco), continuar pela IC8 direcção Sertã/Oleiros e finalmente a N238 direcção Oleiros.
Vindo de Lisboa, deve seguir a A1 direcção Norte, depois a A23 direcção Abrantes/Vila de Rei, continuando pela N2 direcção Sertã e finalmente a N238 direcção Oleiros.
O que fazer em Oleiros – 1º dia
Infelizmente, a zona de Oleiros foi bastante fustigada pelos incêndios. Pelo caminho vai ver que as marcas estão bem visíveis e não deixam ninguém indiferente. Ainda assim, a natureza está a recuperar a olhos vistos.
Cambas
Começámos o nosso roteiro por Oleiros com uma breve paragem por Cambas e a sua bonita praia fluvial. Foi apenas de passagem, mas gostámos muito do que vimos.
Visita ao Artesão Jorge Marquez
Foi através de alguns contactos particulares que conseguimos visitar as obras do artesão Jorge Marquez. O Sr. Jorge faz trabalhos em filigrana lindos de morrer.
Apesar de alguns dos seus trabalhos estarem expostos em museus, actualmente, é numa casa particular que estão as suas (bonitas) obras de arte. Honestamente achamos que todas as suas obras mereciam um destaque num museu. Vejam com os vossos próprios olhos
Se quiserem ver mais obras do Sr. Jorge, este é o site dele. Vale a pena espreitar!
Miradouro do Cabeço do Mosqueiro
Já que estávamos na zona do Orvalho, decidimos ter uma perspectiva diferente do local. Subimos então até ao Miradouro do Cabeço do Mosqueiro.
A cerca de 660 metros de altitude desfrutámos de uma magnífica vista panorâmica sobre diversas povoações do concelho de Oleiros. No horizonte conseguimos ainda ver a magnifica Serra da Estrela. É uma vista de deixar qualquer um boquiaberto.
Nas imediações está ainda o parque de merendas do Mosqueiro. Este é composto pelo miradouro, zona de merendas, santuário, instalações de apoio e estacionamento. Portanto, se está à procura de um local para fazer um piquenique com a família ou amigos, este é o local ideal.
Janeiro de Cima
Antes de chegarmos ao nosso próximo destino, não resistimos a fazer um pequeno desvio. Parámos no Miradouro da Sarnadela para contemplar as vistas. E que vistas! O Rio Zêzere a serpentear as bonitas curvas das serras é algo que jamais esqueceremos!
Completamente embevecidos com a riqueza natural do nosso país, fomos então até Janeiro de Cima.
Janeiro de Cima faz parte da rede das Aldeias do Xisto. Como tal, apresenta ruas estreitas com pedra escura e várias casas de xisto que foram restauradas.
Inicie a visita no largo da Igreja Velha (século XVIII). A partir deste ponto perca-se pelas ruelas labirínticas da aldeia. Cada cantinho merece ser apreciado!
Conseguimos ainda dar dois dedos de conversa com um dos habitantes da aldeia. Um senhor, já de idade (como ele o disse), fabricava à porta da sua garagem as suas peças. Com as suas mãos habilidosas, tentava a sua sorte, porque “pouca gente por aqui passa”.
Junto à povoação, deixe-se levar pelo barulho da água. Assim, facilmente identifica que está a chegar à praia fluvial. A praia tem várias estruturas de apoio e um relvado à beira rio.
Seja no Verão, para fugir ao calor, ou no Inverno, para simplesmente refugiar-se e contemplar, é um local de paragem obrigatória.
Antigamente, à beira do rio Zêzere, gritava-se “Ó da barca!” para fazer a travessia. As barcas eram usadas para atravessar o rio e quebrar o isolamento da aldeia. Actualmente é ainda possível fazê-lo num passeio rio acima.
Janeiro de Baixo
A paragem seguinte foi em Janeiro de Baixo, outra Aldeia do Xisto. Uma vez mais, o Rio Zêzere num dos seus meandros, abraça Janeiro de Baixo.
Visite o centro da aldeia e deixe-se encantar pela história e pela hospitalidade das suas gentes.
A aldeia possui cinco parques: parque infantil, parque desportivo, parque de lazer, parque fluvial e parque de campismo.
Junto ao parque de campismo, visite a magnífica praia fluvial. Todo o espaço é envolvido por um bonito enquadramento natural!
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Cascata da Fraga de Água d’Alta
De regresso a Oleiros, mais precisamente no Orvalho, não poderíamos deixar de conhecer um dos ex-libris da zona. Certamente já ouviram falar dos Passadiços do Orvalho e da Cascata da Fraga de Água d’Alta.
Em pleno Geopark Naturtejo, os passadiços do Orvalho brindam-nos com algumas das paisagens mais esmagadoras e icónicas da Beira Baixa.
A GeoRota do Orvalho conta com cerca de 9 km de extensão, sendo que os passadiços não são contínuos. Isto é, só foram construídos em pontos fulcrais, de forma a facilitar a passagem por algumas zonas mais exigentes.
Pode optar por fazer todo o trajecto ou apenas a versão “curta” dos Passadiços do Orvalho. Tudo depende de quanto tempo tem disponível e da sua condição física.
Desta vez, ficámo-nos pela versão curta, uma vez que não tínhamos muito tempo e também porque estávamos com familiares com uma criança pequena. Mas foi o suficiente para aguçar ainda mais o apetite e termos um motivo para regressar. Sendo que na verdade, nem precisamos de motivos. Toda a zona é linda!
Assim sendo, percorremos cerca de 2km, ida e volta. Este trajecto dos Passadiços do Orvalho, no fundo, é a zona que dá acesso à Cascata da Fraga de Água d’Alta.
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Chegámos então à Cascata da Fraga de Água d’Alta e ficámos boquiabertos. A cascata conta com 50 metros de desnível, o que faz dela a cascata mais alta de toda a Beira Baixa. Ali forma-se uma pequena lagoa, que em sintonia com a natureza envolvente, faz daquele local um sítio mágico.
Se a descer todos os santos ajudam, o mesmo não se pode dizer a subir 😂 As empinadas escadarias não se livra de as subir!
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Igreja Matriz do Estreito
Depois deste esforço físico, a verdade é que a barriga já estava a dar horas. Mas antes de chegarmos à Adega dos Apalaches não resistimos a uma curta paragem para espreitar a Igreja Matriz do Estreito. Esta é completamente diferente de todas as igrejas que outrora já visitámos.
A fachada principal exterior é dominada pelo Grande Baixo-Relevo, em cimento de cores variadas, da autoria de Soares Branco, que retrata a vida da aldeia e as actividades do quotidiano das suas gentes. Para grande desgosto nosso, a igreja estava fechada, pelo que só conseguimos apreciar do lado de fora.
O dia terminou em beleza com uma refeição deliciosa na Adega dos Apalaches e uma bela noite de descanso no Hotel Santa Margarida. Veja aqui como foram estas experiências.
Junto ao Hotel Santa Margarida, ainda conseguimos apreciar a Moon Gate. A Moon Gate foi instalada no âmbito do roteiro de obras do Cortiçada Art Fest – Festival de Experiências Artísticas na Paisagem. Sugerindo uma lua através da cor, das texturas e de diferentes graus de translucidez, procura evocar-se a entrada num jardim distante.
Roteiro do 1º dia em Oleiros
O que fazer em Oleiros – 2º dia
Depois de um delicioso pequeno-almoço no Hotel Santa Margarida, tivemos o privilégio de assistir à confecção do ex-libris da zona: o cabrito estonado. Pela sabedoria e experiência do Chef André Ribeiro, ficámos a conhecer este prato típico da região. Explicou-nos a história do cabrito estonado e como o preparar.
Com água na boca, assistimos a todo o processo junto ao forno de lenha. Mais tarde este viria a ser o nosso almoço.
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Trilho pela Ribeira de Oleiros
Nada melhor que começar o dia em contacto com a natureza. Como tal, decidimos fazer um trilho pela Ribeira de Oleiros. O trilho inicia-se na Ponte Grande, mesmo ao lado do Hotel Santa Margarida.
O percurso conta com 2 km. Ao longo do trajecto podemos contemplar algumas quedas d’água e ouvir o chilrear dos passarinhos. Aqui respira-se ar puro e o local transmite uma paz difícil de descrever.
Praia Fluvial de Açude Pinto
O trilho acima referido termina na Praia Fluvial de Açude Pinto. No Verão é o local ideal para se refrescar!
A praia fluvial conta com muitas sombras, relva e duas piscinas, uma para os mais novos e outra mais profunda. Tem ainda um parque infantil, parque de merendas e esplanada. É um espaço muito relaxante!
Passear pela Vila de Oleiros
A restante manhã dedicámos a conhecer a vila de Oleiros. A primeira paragem foi no bonito Jardim Municipal de Oleiros. Está super bem tratado e conta com muitas sombras. Destacamos o coreto e o lago, que lhe dão um toque fascinante. É ali que se localiza também o Posto de Turismo.
Seguimos, a pé, até ao próximo destino. Pelo caminho não deixe de reparar nalgumas portas do centro histórico. As portas pintadas que vai ver fazem parte d’O Projeto Arte à Porta. O objectivo era requalificar várias portas, a partir das criações de autores locais e nacionais. Ficámos rendidos! Como sabem, somos muito fãs de arte urbana e adoramos ver os espaços mais vivos e dinâmicos.
Chegámos então à Igreja Matriz de Oleiros. Considerada a “Joia da Coroa”, é classificada como Imóvel de Interesse Público, sendo dedicada a Nossa Senhora da Conceição.
A Igreja Matriz, juntamente com outras obras religiosas, fazem parte da Rota do Religioso. Este percurso, tendo como ponto de partida o memorial do Padre António de Andrade, passa pelos imóveis religiosos de Oleiros. Pode ficar a saber tudo acerca da Rota do Religioso aqui.
A manhã terminou no Alto das Sesmarias, uma das colinas de Oleiros. Aqui está presente o Santuário do Cristo-Rei.
A estátua de granito conta com 5 metros de altura, da autoria do mestre Américo Viage Lima. O monumento está virado para a vila e dali consegue-se uma vista soberba sobre Oleiros!
A hora de almoço estava a chegar e fomos então provar o tão afamado cabrito estonado, que anteriormente vimos a ser preparado, no Restaurante Callum. E agora podemos dizer: é mesmo delicioso!
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Álvaro
Depois do almoço seguimos até a uma das “aldeias brancas” da Rede das Aldeias do Xisto: Álvaro.
Rica em património religioso, a aldeia foi outrora uma importante povoação para as ordens religiosas, nomeadamente a Ordem de Malta.
Considerada uma “aldeia de fé”, conta até com o circuito das Capelas. Nelas estão presentes várias obras de arte sacra, desde pinturas e artefactos.
Um outro ponto imperdível em Álvaro é a sua praia fluvial. Para além das margens do rio, conta ainda com duas piscinas flutuantes, ideais para se refrescar nas tardes quentes de Verão. O ambiente, esse, é de uma rara beleza e de uma tranquilidade única.
Meandros do Zêzere
O fim-de-semana estava a terminar e já de volta a casa não resistimos a outra paragem. Este país não pára de nos surpreender! Foi aqui que contemplámos uma das mais belas paisagens de Portugal.
Os meandros formam-se quando há diferenças de velocidade de água. O rio começa a curvar quando a água corre em torno de obstáculos, como rochas, dando origem a locais onde a velocidade da água é maior ou mais reduzida.
Os Meandros do Zêzere são um dos geomonumentos do Geopark Naturtejo classificado pela UNESCO, e é de deixar qualquer um de queixo caído. Em uníssono saiu-nos “brutal”!
Aquela fita irregular azul a intrometer-se no verde dominante da paisagem, cheia de relevos surpreendentes foi das coisas mais bonitas que vimos nos últimos tempos.
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Roteiro do 2º dia em Oleiros
Terminámos o nosso fim-de-semana com a cereja no topo do bolo! Afinal o interior tem ou não locais incríveis?
Agora que já sabe o que fazer Oleiros, faça as malas 😄