Estão à procura de um roteiro em Budapeste, mas não sabem o que vale mesmo a pena visitar? Neste artigo vão encontrar várias dicas bem como um roteiro detalhado para visitar Budapeste em três dias.
Dia 1
Começámos o 1º dia em Budapeste bem cedo. Tínhamos chegado na véspera, e a ânsia por desbravar esta cidade era enorme.
Saímos portanto do Elvis Guesthouse e apanhámos a linha 2 (vermelha) do metro em direcção a Déli pályaudvar. Saímos em Deák Ference tér, a estação central que cruza com várias linhas.
Seguimos então em direcção à Basílica de Santo Estevão (Szent István-bazilika). Esta é uma basílica enorme, onde no seu interior podemos encontrar uma das relíquias mais importantes: a mão direita do primeiro rei da Hungria, Estevão I, mumificada numa caixa de vidro. Este é provavelmente o ponto alto da visita. A entrada na basílica é gratuita e o seu interior é bastante bonito.
Há a possibilidade de subir até ao topo da basílica e ter uma vista de 360º. Eu optei por não ir, pois o tempo estava fosco. ☹
O horário da visita é: de segunda a sexta-feira, das 9:00 às 16:00 horas; sábados, das 9:00 às 13:00 horas e domingos, das 13:00 às 16.00 horas.
Em frente à basílica, andando alguns metros, vamos encontrar a Estátua do Polícia Gordo (Zryinyi Utca). Reza a lenda que se colocar a mão na sua barriga terá sorte na vida. Superstições à parte, não custa tentar 😉
Desta feita, fomos em direcção ao Parque Szabadság tér. À entrada do parque encontramos o Memorial to the Victims of the German Invasion, um memorial dedicado às vítimas da invasão alemã.
É possível vermos alguns objectos ali, como malas, sapatos, fotografias e relatos pessoais. É de facto um local arrepiante e onde podemos até ver algumas pessoas emocionadas.
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Ainda no parque, está presente a Praça da Liberdade (Liberty Square). No centro, há um obelisco com uma estrela de cinco pontas no topo em homenagem aos soldados soviéticos mortos durante a libertação da Hungria do domínio nazista na Segunda Guerra Mundial. Uma estátua “agri-doce” e que nem todos concordam com a sua presença ali, uma vez que, anos mais tarde, a Hungria passou a pertencer aos soviéticos comunistas. Assim sendo o exército soviético passou de libertador a opressor do povo húngaro.
Saindo do parque vamos encontrar duas estátuas: a Estátua de Ronald Reagan (ex-presidente dos EUA e um símbolo da luta contra o comunismo soviético) e mais à frente, a Estátua de Imre Nagy.
Imre Nagy foi o primeiro ministro da Hungria que lutou contra o domínio soviético e foi um dos símbolos da Revolução de 1956. A estátua encontra-se em cima de uma ponte com um piso super irregular e escorregadio. A ponte e o seu piso simbolizam a passagem de um árduo caminho entre a ditadura e a liberdade. Nagy não viu o seu maior desejo ser concretizado, ficando a meio do percurso.
Alguns metros à frente, chegamos ao cartão postal da cidade: o Parlamento Húngaro. Ali, à nossa frente, o imponente, majestoso, soberbo! Faltam-me as palavras. Uma verdadeira obra de arte situada nas margens do Rio Danúbio.
O parlamento foi a maior construção realizada na época, contando com 691 salas e tem 268 metros de comprimento e 118 metros de largura. É aqui que os membros do Parlamento Húngaro e sua equipa trabalham.
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Seja de que ângulo for, o edifício é surpreendente pelos seus detalhes. Infelizmente, não fiz a visita ao seu interior, mas é possível fazer visitas guiadas em vários idiomas. Os tours são bastante concorridos, e os bilhetes esgotam facilmente, pelo que é recomendável comprar os bilhetes antecipadamente pela internet. O site oficial para realizar a compra é o Jegymester. Há vários horários para diferentes idiomas, sendo que o preço dos bilhetes varia para cidadãos não pertencentes à União Europeia.
Localizado à beira do Danúbio, perto do Parlamento Húngaro, vamos encontrar o Shoes on the Danube Bank (sapatos no Danúbio, em português). Consiste numa linha de vários sapatos de estilo antigo, masculinos, femininos e infantis, esculpidos em ferro, que simbolizam os judeus assassinados durante a Segunda Guerra Mundial.
Antes de serem fuzilados pelas costas, à beira do Danúbio, os judeus eram obrigados a despirem-se e a tirarem os sapatos. Naquela época, os sapatos representavam um bem precioso. Os seus corpos caíam ao rio e eram levados pela corrente. A justificação para tal acto macabro, era de que os corpos deviam ser “lavados” após a morte.
Para mim, é um dos memoriais aos judeus mortos na Segunda Guerra Mundial mais tocantes. E é habitual encontrarmos ali flores, ou até pessoas visivelmente emocionadas.
Ali perto, do outro lado da estrada, podemos encontrar a Estátua de Attila József. Attila József foi um escritor húngaro do século XX, que escrevia sobretudo sobre as classes mais humildes.
A estátua representa um homem sentado nas escadas, a segurar o seu chapéu e o seu casaco pousado nas escadas. Parece cansado, abatido.
Veja aqui todas as dicas úteis para viajar para Budapeste
Chegara a hora do almoço e decidimos almoçar na Váci u. Uma rua muito conhecida onde se situam várias lojas de nomes conhecidos, restaurantes típicos e o famoso Hard Rock Cafe Budapest. Após o almoço não resisti a ir visitar o seu interior, claro. Com o bom gosto que lhes é característico, não ficou aquém das minhas expectativas.
Seguimos então o nosso passeio, desta vez até à Opera Nacional da Hungria. Estava em remodelação, o que não deu para ver na totalidade. A Opera tem capacidade para mais de 1200 pessoas e foi financiada na grande maioria pelo imperador austríaco Francisco José I, que exigiu que a Opera de Budapeste não fosse maior do que a de Viena. A parte exterior está decorada com esculturas de compositores e músicos famosos.
Nós optámos por não visitar o interior, mas pode fazer uma visita guiada que dura cerca de uma hora, e vê desde os camarotes até ao palco. A visita guiada custa 2990 Ft. Se gostar de ópera, pode também optar por comprar bilhete para um espectáculo.
Daqui, seguimos pela Avenida Andrássy. É uma rua comprida, considerada uma das mais chiques da cidade, e onde se localizam as lojas mais caras.
O final da avenida vai dar à Praça dos Heróis (Hősök tere). Esta é uma das praças mais importantes da cidade e possui várias esculturas que homenageiam os líderes da Nação. No centro da praça, há uma coluna com a imagem do arcanjo Gabriel no topo.
Atrás da coluna, num semicírculo, aparecem outras estátuas de várias pessoas importantes. Entre elas, por exemplo, podemos ver a de Könyves Kálmán, Béla IV, Nagy Lajos (reis húngaros), Lajos Kossuth, Hunyadi Mátyás, entre outros.
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De um lado da praça encontramos também o Museu de Belas Artes e do outro lado o Palácio da Arte.
Atrás da praça está o magnífico Parque da Cidade (Városliget), uma das áreas verdes mais importantes da capital. Como já estava a anoitecer, foi para lá que seguimos. O parque tem tantas atracções que nem sabíamos por onde começar.
No parque, existe um lago artificial que no Inverno congela e as pessoas se divertem a fazer patinagem no gelo.
À sua beira está o magnífico e romântico Castelo de Vajdahunyad. Inicialmente, foi construído em madeira para as comemorações dos 1000 anos da Hungria. O castelo era para ser temporário, mas a população gostou tanto dele, que foi reconstruído em pedra. A inspiração para a sua construção foi o castelo de Hunyad na Transilvânia, que até então fazia parte da Hungria.
O Castelo Vajdahunyad abriga há muitos anos o Museu da Agricultura da Hungria, que está aberto de Terça a Domingo. A entrada no museu tem um custo de 550 Ft. Quando eu fui já estava encerrado 🙁
O parque possui várias estátuas, mas a que se destaca mais é a Estátua do Escritor Anónimo (Anonymus). A estátua representa o autor do primeiro relato escrito da história do povo húngaro, cujo nome é desconhecido.
Reza a lenda que se tocar na caneta da estátua traz sorte e nos tornaremos uns óptimos escritores. Eu achei a estátua tão sinistra, que tive até medo de me aproximar 😛 Se repararmos bem, parece até que a estátua não tem olhos. É assustadora, portanto!
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Nesta zona vimos uma pub-bicicleta que abriga várias pessoas que vão pedalando e bebendo cerveja à volta do parque, com música alta. Um momento de diversão que faz as delícias dos locais, mas principalmente dos turistas. Não é todos os dias que fazemos exercício ao mesmo tempo que bebemos cerveja. 😛
Demos então um pequeno passeio pelo parque, mas o frio e o manto de neve não permitiram que fosse durante muito tempo. Aqui há também um parque de diversões, o Jardim Zoológico, o Jardim Botânico e as famosas Termas Széchenyi.
Após todas estas visitas seria o momento tão aguardado do dia. Iríamos portanto às Termas Széchenyi. Depois de um dia tão longo, é um óptimo local para relaxar e usufruir desta cidade maravilhosa. Veja aqui a minha experiências nas Termas Széchenyi, onde explico tudo detalhadamente.
Já com as energias repostas e bem mais relaxados fomos jantar e seguimos para o nosso alojamento, Elvis Guesthouse. O 1º dia em Budapeste fora repleto de emoções e ainda havia tanto por descobrir 🙂
Roteiro do 1º dia em Budapeste:
- Basílica de Santo Estevão
- Estátua do Polícia Gordo
- Memorial to the Victims of the German Invasion
- Praça da Liberdade
- Estátua de Ronald Reagan
- Estátua de Imre Nagy
- Parlamento Húngaro
- Shoes on the Danube Bank
- Estátua de Attila József
- Hard Rock Cafe Budapest
- Opera Nacional da Hungria
- Avenida Andrássy
- Praça dos Heróis
- Parque da Cidade
- Castelo de Vajdahunyad
- Estátua do Escritor Anónimo
- Termas Széchenyi
Dia 2
O 2º dia em Budapeste avizinhava-se ser longo. O 1º dia fora destinado a conhecer o lado Peste da cidade, enquanto no 2º dia em Budapeste seria a vez de conhecer o lado Buda.
Saímos do Elvis Guesthouse e apanhámos a linha 2 do metro (vermelha) até Deák Ference Ter. Daí seguimos literalmente à caça às estátuas. Na marginal do Rio Danúbio podemos ver uma estátua super famosa, a Girl with her Dog Statue (rapariga com o seu cão). Assinada pelo artista Dávid Raffay, esta estátua fofa transmite a alegria da menina a brincar à bola com o seu cão.
A cidade preza bastante pelo bem estar dos seus animais. E a verdade é que não vi nenhum animal abandonado ou desnutrido.
Poucos metros à frente, encontramos outra estátua carismática. Sentada nas grades dos caminhos férreos, fica a Little Princess Statue (Estátua da Pequena Princesa), do artista László Marton.
Reza a lenda que existia uma princesa que nunca quis ser princesa, mas sim rei. Por conseguinte, vestia as roupas do seu irmão. Na realidade, a estátua mais parece um menino vestido de bobo da corte.
Segundo a tradição, traz sorte e realização pessoal a quem colocar as mãos no joelho da estátua. É de facto uma estátua amorosa que faz as delícias por quem ali passa.
Eu não disse em cima que era uma caça às estátuas?! Poucos metros à frente encontramos outra, a Estátua de Ignac Roskovics. Representa o artista húngaro a pintar numa tela a vista para Buda, do outro lado do rio, e para a Ponte das Correntes.
Daí seguimos então para um dos cartões-postais de Budapeste: a Ponte das Correntes (Széchenyi Lánchid).
Esta foi a primeira ponte de ligação entre as cidades de Buda e Peste, concluída em 1849.
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Até à construção da ponte, o Danúbio só podia ser atravessado de barco ou, durante o Inverno quando o lago congelava, caminhando sobre a água.
A ponte fora construída a mando do Conde István Széchenyi que não pôde estar presente no funeral do seu pai, pois o barco que fazia a travessia entre as duas cidades não estava a funcionar devido ao mau tempo. Foi então que decidiu construir uma ponte sobre o Rio Danúbio para ligar as duas cidades.
A ponte possui 375 metros de comprimento, grandes torres de suporte e estátuas de leões nas entradas. O arquitecto da ponte ficou tão chateado quando alguém disse “os leões não têm língua” que tentou suicidar-se. Há quem diga que as línguas estão lá, mas devido à posição que olhamos para as estátuas não é possível vê-las.
Há inclusive quem comente que saindo de Peste os leões apresentam-se com um ar mais sisudo e saindo de Buda (voltando para Peste, portanto) encontram-se mais amigáveis, como se agradecessem a visita.
Bem, histórias à parte, a verdade é que a ponte é super gira e cada detalhe deve ser contemplado!
Atravessada a ponte, virando as costas a Peste e já com o pézinho do lado de Buda, podemos encontrar o Kilometro Zero da cidade.
Daí, fomos visitar uma das maiores atracções de Budapeste, o Castelo de Buda (Budai Vár). O Castelo de Buda situa-se erguido sobre uma colina, tornando-se visível em vários pontos da cidade.
Para subir até ao castelo pode ir a pé ou de funicular (para os mais preguiçosos). O preço para subir de funicular é de 1200 Ft, sendo que se comprar o bilhete ida e volta fica mais barato. Mas a fila por norma é grande.
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Eu fui a pé, claro. Primeiro para poupar dinheiro e segundo para ir parando e usufruir da (bela) paisagem e tirar fotografias. É de facto uma subida não muito fácil, mas faz-se bem. E é um passeio muito bonito, principalmente pela vista.
O que chamamos de Castelo de Buda é na verdade o Palácio Real (Királyi-palota) e foi a casa de vários Reis da Hungria. Actualmente, abriga vários museus nomeadamente a Galeria Nacional Húngara, o Museu da História de Budapeste e o Palácio Sándor.
Começámos por explorar a área exterior, que é gratuita. Para além da incrível vista sobre a cidade (não sabemos se apreciamos a vista ou o palácio) podemos ver jardins, estátuas e esculturas.
No Terraço Savoia (onde temos uma das melhores vistas para Peste) está uma grande estátua em homenagem ao príncipe Eugenio de Savoia, um herói que combateu na guerra contra a Turquia.
Em frente ao Museu da História de Budapeste podemos encontrar o pátio dos Leões. Ali perto está também a famosa fonte em homenagem ao Rei Matias Corvino numa caçada.
Nós optámos por visitar apenas a Galeria Nacional Húngara. E que erro foi. Decididamente não sou “rato de museu”.
A Galeria Nacional Húngara ocupa a maior parte das instalações do Palácio Real e guarda grande parte dos tesouros da cidade. A maioria das exposições são pinturas, mas podemos ver também algumas esculturas. A visita inclui ainda a subida à grande cúpula. Acho que essa foi a melhor parte 😛 Agora a sério, não achei nada de extraordinário, mas se gostar muito de pintura, a visita pode tornar-se interessante.
Dicas de viagem para visitar Budapeste
A Galeria Nacional está aberta de terça a domingo, das 10h às 18h e a entrada custa 1800 Ft. De ressalvar que não pode entrar com casaco, malas e selfie sticks. É possível deixar todos os seus pertences, gratuitamente, numa sala ao lado da entrada.
Depois de todas estas visitas, começámos a ouvir música e as pessoas todas a deslocarem-se para lá. Como autênticos portugueses que somos, fomos ver também. Era meio-dia e estava a acontecer a troca de guardas em frente ao Palácio Sándor. O Palácio Sándor é a residência oficial do presidente húngaro. Eu li que a cada hora, de segunda a domingo há troca de guardas, mas não posso confirmar.
É super engraçado ver a forma como os guardas estão coordenados. Incrível, mesmo!
Já com a barriga a dar horas, optámos por provar a Goulash Soup (comida típica húngara) ainda no Castelo de Buda. Veja aqui algumas dicas de gastronomia (e não só) de Budapeste.
Seguimos então o nosso roteiro em Buda, desta vez para conhecer a Igreja Matias. O nome oficial é Igreja de Nossa Senhora, mas é conhecida popularmente por Igreja Matias, pois foi lá que o Rei Matias fora coroado e onde se casou duas vezes. Foi destruída e modificada várias vezes, mas actualmente o estilo neogótico prevalece.
Mas o que mais salta à vista e que ninguém fica indiferente, é o seu telhado com mosaicos super coloridos. As cores que sobressaem no telhado tornam a igreja ainda mais bonita.
É possível conhecer o interior da igreja por 1500 Ft.
Mesmo ali ao lado está a Praça da Santíssima Trindade. No centro foi construída uma estátua para evitar que a peste negra voltasse a atacar. Acaba também por ser um memorial às vítimas da epidemia.
Como visitar as Termas Széchenyi
Em frente, situa-se um dos locais mais bonitos de Budapeste, pelo menos para mim: o Bastião dos Pescadores (Halászbástya).
Ao longe parece um autêntico castelo de areia. É de facto muito bonito!
Possui sete torres que homenageiam cada um das sete tribos que fundaram o país. No centro destaca-se a estátua equestre de Estevão I.
O nome do bastião advém do facto de na antiguidade ali situar-se um mercado e um bairro de pescadores. Foi construído com o intuito de defender o Bairro do Castelo, sendo que nunca funcionou como tal.
Deste local, para além dos maravilhosos terraços, consegue-se uma vista incrível de Peste e do Rio Danúbio.
Há uma zona que é paga (1€), se quiser subir mais um pouco. Mas a verdade é que não vi lá quase ninguém.
Descemos as escadas do Bastião, e do lado esquerdo, está o Péter Mansfeld Monument. Consiste numa estátua de um homem a cair de cabeça na calçada. No entanto, é mais do que isso. Representa um húngaro revolucionário, Péter Mansfeld, que com apenas 16 anos lutou pela liberdade na Revolução de 1956 contra os soviéticos. Foi detido pela Polícia Secreta Soviética, torturado, e aos 18 anos de idade foi enforcado.
Actualmente é lembrado como um dos heróis nacionais da Hungria. A estátua está um pouco escondida pelo que quase ninguém ali vai. Pelo menos, quando fui, não estava lá rigorosamente ninguém.
Voltámos a subir a escadaria, desta vez para ver o Budavári Evangélikus Templom (Igreja Evangélica de Budapeste). Passámos pelas ruelas históricas que são um encanto e que oferecem várias opções de restaurantes. Como parecia fechada, vimos apenas o lado de fora. Ali ao lado, situa-se também o Arquivo Nacional da Hungria. Muito bonito, com um telhado todo decorado.
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Nesta zona, localiza-se também a Igreja de Maria Madalena. Não achei nada de extraordinária, parecia até que estava abandonada. Do lado de fora podemos ver algumas estátuas e canhões.
Descendo em direcção ao Rio Danúbio, passámos pelo Portão de Viena (Bécsi kapu), outrora conhecido por Portão do Sábado, pois o mercado era realizado à sua frente, todos os sábados.
Passando o portão, do lado direito, está localizado o Európa Liget (Parque Europa). Trata-se de um pequeno parque onde encontramos árvores típicas de algumas cidades europeias. Em frente às árvores estão placas no chão com o nome de cada cidade dadora.
O próximo destino seria a Igreja de Sant’Anna que se situa às margens do Rio Danúbio. Até lá perdemo-nos algumas vezes pelas ruelas. O que não implica ser algo mau. Acabámos por conhecer um pouco mais do lado Buda.
Chegados finalmente à Igreja de Sant’Anna verificámos que estava fechada. Apenas conseguimos ver por fora. Esta igreja apresenta um estilo barroco italiano e foi reconstruída várias vezes.
Daqui consegue-se uma das melhores vistas do Parlamento Húngaro. Visto do lado de Buda, parece ser ainda maior e mais bonito!
Decidimos então acabar o nosso dia por ir à Ilha Margarita (Margit-Sziget). Fizemos o percurso todo a pé, desde a Igreja de Sant’Anna até à Ilha Margarida, que ainda é um bom bocado. Localiza-se entre Buda e Peste e é um parque e uma das principais áreas de lazer da cidade. O seu nome deve-se à princesa Margit, que passou grande parte da sua vida num antigo convento que ali existia.
Aqui pode-se praticar desporto, passear e relaxar. Existem vários jardins, uma igreja, dois hotéis, termas, um pequeno jardim zoológico e um grande repuxo de água.
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Como estava muito frio nesse dia, não havia quase ninguém no parque. Para além de que não conseguimos perceber realmente a beleza do local pois estava cheio de neve. Deve ser bem mais bonito na Primavera com relva e flores.
Atravessando a ponte, na rua Falk Miksa encontramos a Columbo Statue. É recente e consiste numa estátua de bronze do Tenente Columbo, a personagem que tornou famoso o actor e produtor Peter Falk. O charuto, o casaco amarrotado e o seu cão fiel também estão ali representados.
Após o passeio fomos jantar e regressámos ao Elvis Guesthouse. Durante o dia tinha estado tanto frio que a minha garrafa de água estava quase congelada quando regressei ao hotel 😮
Roteiro do 2º dia em Budapeste:
- Girl with her Dog Statue
- Little Princess Statue
- Estátua de Ignac Roskovics
- Ponte das Correntes
- Kilometro Zero
- Castelo de Buda
- Igreja Matias
- Praça da Santíssima Trindade
- Bastião dos Pescadores
- Péter Mansfeld Monument
- Budavári Evangélikus Templom
- Arquivo Nacional da Hungria
- Igreja de Maria Madalena
- Portão de Viena
- Európa Liget
- Igreja de Sant’Anna
- Ilha Margarita
- Columbo Statue
Dia 3
O 3º dia em Budapeste (e último) começou cedo para aproveitar ainda mais esta magnífica cidade.
Saímos então do Elvis Guesthouse em direcção ao Bairro Judeu. Por conseguinte, apanhámos a linha vermelha do metro até Astoria. Apesar do que íamos visitar se situar bem perto do metro, seguimos na direcção errada, o que não foi assim tão mau. Acabámos por conseguir passear nas ruelas do bairro, que não estava nos planos.
De qualquer forma, recomendo a quem tiver um tempinho a perder-se nestas ruas. São bem diferentes e é aqui que se localizam os “bares-ruínas”. São bares em prédios a “cair aos bocados” e com ar decadente. O mais famoso e antigo é o Szimpla.
Algum tempo depois encontrámos então a Grande Sinagoga de Budapeste, que era inicialmente a intenção.
Por fora é um edifício que chama a atenção pela suas duas torres, já o seu interior não fica atrás. Eu achei a arquitectura muito bonita. Pode consultar aqui a minha experiência e várias informações úteis acerca da Sinagoga.
Após a visita à Sinagoga e de conseguirmos perceber um pouco mais sobre a história e as atrocidades que ali se viveram, dirigimo-nos à Estátua de Carl Lutz. A estátua localiza-se perto da Sinagoga e representa um cônsul suíço que ajudou os judeus a fugir na Segunda Guerra Mundial com passaportes falsos e cartas de protecção. A cortina em queda representa o fluxo da ajuda dada. É caso para dizer “Quem salva uma vida é considerado como se tivesse salvado um mundo inteiro” (Talmud). Actualmente a parede atrás está pintada e vandalizada, o que tira um pouco a beleza da estátua.
Veja aqui todas as dicas de viagem para visitar Budapeste
O 3º dia em Budapeste já ia a meio e então, fomos de metro até ao Central Market Hall (Nagy Vásárcsarnok) para almoçar. Este é o maior da cidade e situa-se a 5 minutos do centro, daí ser chamado de “central”.
Pode ser visitado de terça a sexta, das 6:00 às 18:00h; segunda, das 6:00 às 17:00h; sábados, das 6:00 às 15:00h e aos domingos está encerrado.
Logo na parte exterior, para além do seu tamanho, salta à vista o seu telhado com azulejos coloridos. Muito bonito!
Como a barriga já estava a dar horas, dirigimo-nos logo ao piso de cima para almoçar e depois então iríamos explorar um pouco mais o mercado.
No dia em que fomos estava imensa gente e uma confusão enorme. Optámos por comer Lángos, uma comida típica de lá. Veja aqui algumas dicas de Budapeste, onde inclui também a gastronomia.
A fila estava enorme e com muitos empurrões à mistura lá conseguimos fazer o pedido. A comida é servida em caixas de cartão e talheres de plástico. Peça também guardanapos, vai precisar!
O próximo desafio era então encontrar mesa, que é praticamente impossível. As mesas são escassas, já para não falar de bancos. Ali, as mesas são compartilhadas, onde qualquer espacinho serve para pousar o prato e comer. Nós comemos em pé a levar encontrões de todos os lados.
Para piorar a situação, uma coisa que me tira completamente do sério é as pessoas guardarem lugares nas mesas quando ainda nem estão servidas. Foi o que nos aconteceu!
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Mesmo à nossa frente da mesa estava uma senhora, sentada com o seu casaco ao lado, nitidamente à espera que o seu marido chegasse com a comida. E eu a bufar por todos os lados, como quem diz “quem deveria estar aí sentada era alguém que como eu já tem o seu almoço”. A senhora apercebeu-se mas pouco se importou. Via-nos a levar encontrões a cada garfada, mas fez como se não fosse nada com ela.
Posso garantir que faltavam-me três ou quatro pedaços para terminar, quando o marido chegou finalmente com os seus almoços. E eu que poderia ter comido descansadinha, sentada no lugar que ela guardava religiosamente. Falta de noção!
Tirando estes percalços todos, o Lángos estava muito bom e eu queria era sair daquela zona o mais rapidamente possível.
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Fomos então dar uma volta e conhecer um pouco mais do Mercado. Apresenta três pisos: os piso de baixo destinados à venda de carne, legumes, especiarias, queijos, etc. e a parte de cima destinada à zona de restauração e lojas de souveniers. Existem várias bancas, super bem organizadas, que até dá medo de mexer para não desarrumar. Foi aí que comprámos as lembranças para a família.
Seguindo o nosso roteiro, atravessámos a Ponte da Liberdade (Szabadság híd), para o lado Buda. A ponte apresenta uma grande estrutura de ferro em tom verde. O alto das suas torres possuem uma estátua de bronze de Turul, uma espécie de pássaro muito importante na mitologia Húngara. O Turul tornou-se um símbolo de poder, força e nobreza, e actualmente ainda é usado como símbolo nos casacos do Exército Húngaro.
Íamos para visitar a Igreja na Pedra, mas como a entrada era paga não nos apeteceu muito gastar dinheiro.
Pulámos então essa parte e começámos a subir até à Citadella, que fica no topo da Colina Gallért. Visto ser uma grande subida e bem acentuada, não é recomendável a pessoas com dificuldade de locomoção ou problemas de saúde.
Existem vários trilhos até ao topo. Nós passámos por um em que no meio da encosta havia um parque infantil muito engraçado. No entanto, a maioria das pessoas ali presentes eram adultos a divertirem-se 😛
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Continuando então a subida (já quase sem folgo) chegámos finalmente à Citadella. É o ponto mais alto de Budapeste e a vista é deslumbrante lá do cimo. Melhor ainda se apanhar bom tempo, o que não aconteceu comigo ☹
A Citadella é uma fortaleza que fora construída pelos Habsburgos como edifício de vigilância. Eu visitei apenas a parte exterior, no entanto, pode visitar um bunker russo que fica no seu interior. Actualmente é um museu que apresenta várias fotos e bonecos de cera que relatam a história da cidade e das atrocidades cometidas para com o povo húngaro.
Nesta zona podemos encontrar a Estátua da Liberdade (Szobor Szabadság). Consiste numa figura feminina a segurar uma folha de palmeira nas mãos. A estátua vê-se em qualquer ponto da cidade e oficialmente representa a liberdade do povo húngaro. No entanto, inicialmente, fora erguida para celebrar as tropas soviéticas que libertaram a Hungria da ditadura soviética.
Aqui existem também algumas barraquinhas de comida e souveniers/artesanato.
Como o tempo não estava a ajudar a ter uma vista magnífica da cidade, decidimos descer a colina. Existem vários trilhos, mas é muito fácil chegar ao sopé.
Atravessámos a Ponte Elisabeth, voltando assim ao lado Peste da cidade. A ponte tem o nome da Rainha Elisabeth, que foi uma imperatriz do império Austro-Húngaro até ser assassinada.
Como já estava a escurecer, demos uma voltinha novamente pelas ruas de Budapeste, em jeito de despedida. ☹
Terminara assim o 3º dia em Budapeste. Um misto de sensações apoderava-se de nós: já com a nostalgia desta cidade incrível, mas também com a ânsia de conhecer novas culturas, já que no dia seguinte rumávamos até à capital da Áustria.
Roteiro do 3º dia em Budapeste:
- Bairro Judeu
- Sinagoga
- Estátua de Carl Lutz
- Central Market Hall
- Citadella
Adorei o vosso roteiro , foi uma ajuda muito preciosa. Grande trabalho.
Da minha parte agradeço do fundo do coração.
Olá
Muito muito obrigada pelas carinhosas palavras 🙂 É para isso que cá estamos! Beijinhos e boas viagens*