Marrocos

O que fazer em Marrakech – Roteiro de 3 dias

Aterrámos em Marrakech já passava da hora do almoço. Esta foi a minha segunda vez no país, mas o coração saltava-me do peito como da primeira vez. Um destino tão próximo de Portugal, e no entanto com uma cultura tão diferente da nossa. Pousámos as malas no Riad e a ânsia de desbravar a cidade era tal que aí fomos nós!

Dia 1 em Marrakech

O dono do Riad havia-nos dado um mapa feito à mão dos principais pontos da cidade. Uma gentileza que, na verdade, pouco nos valeu. Tantas ruas, centenas de pessoas. Tanta coisa para absorver. Não posso negar que o primeiro dia foi confuso. Uma cultura diferente, novos cheiros, cores intensas e sons tão particulares. Era muito para absorver. Mas facilmente nos adaptámos! Marrocos é o típico país que primeiro estranha-se e depois entranha-se. Ou se adora, ou se odeia. E eu, pessoalmente, adorei!

Mas vamos passar ao que interessa. No meu 1º dia em Marrakech não poderia deixar de visitar o local mais carismático e genuíno da cidade. Falo, portanto, da Praça Jemaa el-Fna. E foi esse o meu primeiro destino. Embaralhei-me pelos souks a dentro e aí fui eu. Escusado será dizer que me perdi algumas vezes 🤣

Trata-se de ruas labirínticas, estreitas, com imensa gente e um trânsito caótico. Dentro da Medina os carros não podem circular. No entanto, é super comum ver motas, burros ou bicicletas a circular. Acho que no primeiro dia ia sendo atropelada umas mil e quinhentas vezes. Mas a verdade é que não vi um único acidente. Acho que é neste caos que eles se entendem!


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Cheguei finalmente à Praça Jemaa El-Fna e os meus olhos brilharam. Um momento que ansiei durante meses, chegara. E foi tudo como imaginei. A praça fervilhava de gente e de vida. A noite estava a cair e o fumo branco saído das barraquinhas pintava o céu. À medida que nos aproximávamos, o cheiro a comida e especiarias ficava cada vez mais intenso. Os sons altos rompiam os nossos ouvidos e os nossos olhos, esses, não sabiam o que focar! Em conclusão: uma confusão deliciosa!

Descubra os encantos da Praça Jemaa El-Fna

Jantámos na praça e posteriormente fomos até à Mesquita Koutoubia, que se situa em frente da Praça Jemaa El-Fna. A Mesquita Koutoubia é o principal templo de Marrakech e um dos cartões de visita da cidade.

Foi construída no século XII, transformando-se numa das maiores mesquitas do mundo islâmico. É impossível não reparar no seu minarete de 69 metros de altura. É em minaretes como este que se encontram os altifalantes onde ouvimos a chamada para as orações. Os marroquinos têm o hábito de rezar cinco vezes ao dia: antes do sol nascer, ao meio-dia, durante a tarde, depois do pôr-do-sol e à noite. Na altura do Ramadão, esta mesquita está sempre cheia.

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Infelizmente, é proibida a entrada a não muçulmanos, pelo que temos de nos contentar a apreciar apenas a parte exterior. Não queríamos ver a mesquita só à noite, pelo que combinámos voltar depois, durante o dia. E assim foi!

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O 1º dia em Marrakech foi curtinho, mas conseguimos visitar estes dois pontos principais. Depois do choque cultural, que é uma questão de hábito, já estávamos super habituados a andar pelas ruas. O mais importante é a adaptação.

Roteiro do 1º dia em Marrakech:

  • Praça Jemaa El-Fna
  • Mesquita Koutoubia

 

Dia 2 em Marrakech

O 2º dia em Marrakech começou cedinho. Não dormi muito porque acordei com a chamada para a oração da manhã. Ouve-se em qualquer ponto da cidade! Uma vez acordados, tomámos o pequeno-almoço (maravilhoso por sinal) no Riad e aí fomos nós.

A primeira paragem foi numa das portas que rompem as muralhas da Medina, a Bab Agnaou. Esta porta dava acesso ao Palácio Real e à zona envolvente. É uma porta muito bonita, apesar de degradada. Nos dias de hoje ainda mantém a sua arquitectura original que transmite força e grandeza, com formas quadradas e circulares.

Atravessando a Bab Agnaou para o outro lado encontramos uma das mais famosas ervanárias de Marrakech, a Herboristerie Bab Agnaou. Aqui pode encontrar o famoso óleo de argan, muito popular tanto para uso na cozinha como para servir de produto estético.

Alguns metros à frente, entrando na Medina, encontramos a Mesquita do Kasbah. A mesquita foi construída em 1190 e posteriormente restaurada na dinastia saadiana. Os azulejos verdes que decoram o seu minarete são ainda da construção original.

Também nesta mesquita proíbem a entrada a não muçulmanos, pelo que temos de nos contentar a apreciá-la apenas do lado de fora.

Continuando o passeio, chegamos aos Túmulos Saadianos, localizados perto da mesquita. Este é certamente um dos locais mais visitados em Marrakech.

Descubra os encantos da Praça Jemaa El-Fna

Tratam-se de um mausoléu colectivo onde se encontram cerca de 60 membros da dinastia saadiana. Os túmulos datam dos finais do século XVI e ficam dentro de um jardim privado.

Os túmulos dispõem-se em três salas. A primeira sala destina-se à oração e contém também alguns túmulos. A segunda sala, chamada de “sala das doze colunas”, contém o túmulo do sultão Ahmed El Mansour e respectiva família.

Esta é a sala mais bonita! A magnífica construção é adornada com mármore italiano e tectos de cedro. O interior das tumbas conta com imensos detalhes. No entanto, não é possível ficar muito tempo a observar os túmulos uma vez que há sempre um polícia a controlar a fila (grande por sinal).

A sala principal, situada mesmo no centro do jardim, é uma estrutura alta de azulejos em tons de verde e três grandes portas de madeira. Também no seu interior se encontram vários túmulos cobertos a azulejo.

Nos jardins, estão ainda sepultados os túmulos de soldados e servos da família, feitos em mármore de Carrara, propositadamente para contrastar com a cor dos jardins.

É possível visitar os túmulos saadianos, todos os dias, das 9h às 17h. O preço é diferente para cidadãos marroquinos e para turistas, sendo cobrado 10 Dh e 70 Dh, respectivamente.

Daqui rumámos até ao Palácio El Badi. Este foi possivelmente o local mais difícil de encontrar. O GPS mandáva-nos sempre para becos sem saída, ou para antigas entradas que já não estão disponíveis. Foi uma hora até encontrar a entrada. 🤣

O Palácio El Badi foi construído no final do século XVI pelo sultão Ahmed al-Mansour para comemorar a derrota dos portugueses em Wed al Makhazín (a Batalha dos Três Reis).
Actualmente, encontra-se em ruínas, depois do sultão Moulay Ismail o demolir. No entanto, ainda conseguimos ver uma boa parte do que restou e perceber pela sua grandiosidade porque era apelidado de  “O Incomparável”.
Segundo dizem, o palácio contava com mais de 300 quartos decorados com os melhores materiais da época: ouro, turquesas e cristal. E de facto, pelo tamanho da área dá para perceber o esplendor do palácio.

O pátio central do Palácio El Badi, apesar de estar em ruínas,  é enorme! Apresenta, o que fora em tempos, bonitos jardins e grandes piscinas. Em redor encontramos pouco mais do que resta de algumas paredes em pedra e também os calabouços do palácio.
Nalgumas zonas que estão mais conservadas ainda podemos ver vestígios de bonitos e coloridos azulejos. Não estivéssemos nós em Marrocos, claro!

Se fizer a visita ao Palácio não pode mesmo perder a subida à muralha para contemplar a vista soberba de Marrakech. Deixo até um desafio: contar as antenas de TV que estão nos terraços 🤣

O Palácio El Badi está aberto todos os dias, de Segunda-feira a Domingo, das 9h às 17h. Apesar de no site oficial dizer que o bilhete de entrada é de 20 Dh, isso não é verdade. Aqui há preços para marroquinos e para turistas também. Assim sendo, os turistas pagam de entrada 70 Dh.
O 2º dia em Marrakech já ia longo e a barriga já estava a dar horas, pelo que decidimos almoçar na Place des Ferblantiers, que se situa ali perto. A praça está rodeada por restaurantes e lojas de artesanato, sendo que ao centro estão algumas palmeiras. É um local calmo e óptimo para recarregar energias!

Ali perto situa-se também o Mellah, o antigo bairro judeu, que é conhecido pelo souk das especiarias. Escusado será dizer que ali se vive uma verdadeira explosão de cheiros.

Depois de um gatinho querer a todo o custo partilhar o nosso almoço com ele, seguimos o nosso roteiro do 2º dia em Marrakech. A próxima paragem era um dos cartões postais da cidade: o Palais Bahia.
O Palais Bahia ou Palácio da Bahia foi construído no final do século XIX com o objectivo de ser o palácio mais impressionante de sempre! Foi construído por Abdelaziz Si Moussa e demorou cerca de 10 anos a ser finalizado. Possui  8 hectares de extensão e tem 150 quartos que se unem em diversos pátios e jardins.

Assim que entramos percebemos logo a majestosidade do que iremos encontrar. Um bonito jardim saúda-nos, com azulejos muito coloridos e apelativos, onde as colunas e tecto são minuciosamente trabalhados. Ao centro há uma bela fonte. Daqui vamos ter acesso a três salões ricamente decorados!

Cada sala visitada é maior e mais bonita que a anterior. São todas diferentes umas das outras, no entanto há algum em comum: os detalhes minuciosos. Os tectos então são qualquer coisa de surpreendente. Algumas das salas têm até espelhos gigantes!
Todos os salões estão vazios uma vez que quando o vizir morreu, as suas esposas e o próprio sultão, decidiram roubar todo o seu recheio. Uma pena!
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Depois de passarmos por vários salões vamos dar finalmente ao ponto alto da visita, na minha opinião. Falo do pátio principal. Ou seja, é um pátio enorme, revestido a azulejo no chão, com dezenas de salas, também estas todas revestidas de azulejos azuis, brancos e amarelos. Tem ainda três bonitas fontes. Todo o conjunto fica espectacular!

Depois de visitarmos o pátio, chegamos ao final da visita com outro jardim com mais fontes, mais salas e mais ambientes. Eu recomendo vivamente a visita ao Palácio da Bahia. É uma lufada de ar fresco, comparativamente com a cidade caótica de Marrakech.

Pode visitar o Palais Bahia, todos os dias, de Segunda-feira a Domingo, das 9h às 17h. Tal como nas visitas dos monumentos que citei em cima, também aqui existe dois preços. A visita custa 10 Dh a cidadãos marroquinos e 70 Dh a turistas.
Como o prometido é devido, daqui rumámos novamente à Mesquita de Koutobia e seus jardins, pois queria ver à luz do dia (apesar do dia cinzento que estava).

Acabámos a noite uma vez mais na Praça Jemaa el-Fna, onde jantámos ao som de pandeiretas e flautas, provenientes dos vários espectáculos que se realizam na praça.
O 2º dia em Marrakech chegara assim ao fim, mas ainda tínhamos mais um dia para palmilhar a cidade e descobrir novos recantos e encantos!

Roteiro do 2º dia em Marrakech:

  • Bab Agnaou
  • Mesquita do Kasbah
  • Túmulos Saadianos
  • Palácio El Badi
  • Place des Ferblantiers
  • Mellah
  • Palais Bahia
  • Mesquita de Koutobia
  • Praça Jemaa el-Fna

 

Dia 3 em Marrakech

O 3º dia em Marrakech (e último) avizinhava-se ser longo, daí ter começado bem cedo! A primeira paragem do roteiro foi o Museu de Marrakech, um dos pontos obrigatórios da cidade.

O Museu de Marrakech, que data do século XIX, fora em tempos o palácio onde morou Mehdi Mnebhi, o antigo ministro da defesa do sultão Moulay Abdelaziz. Posteriormente foi restaurado e reabilitado por Omar Benjelloun, um grande coleccionador marroquino, abrigando assim o actual museu.

Este museu contém armas, peças de vestuário, bijutaria, cerâmica, tapetes e outros objectos tradicionais de Marrocos. Mas não foi isso que me surpreendeu mais, nem à maioria dos visitantes. O que deixa qualquer um boquiaberto é o impressionante prédio no qual ele está instalado.

Apesar do espaço ter sido adaptado, as salas ainda mantêm as características originais incluindo as famosas fontes de água.

O salão principal é a parte mais bonita do Museu! Apresenta um imponente lustre, o chão tem vários detalhes, as colunas são coloridas e as fontes de água dão um charme único ao local.

O Museu de Marrakech está aberto todos os dias das 9h às 18h, e a entrada tem um custo de 50 Dh.


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Seguimos o roteiro e fomos visitar a Qoubba Almorávida, que se situa mesmo em frente ao Museu de Marrakech. Inicialmente pensava que não dava para visitar, pois os portões de acesso estavam todos fechados.  Ainda assim perguntei a um dos senhores que estava situado ali próximo e logo prontificou-se a ser o nosso “guia”. Acho que estava encerrada para obras, mas em Marrocos pode-se tudo mediante pagamento 🤣 E assim foi: pagámos 20 Dh por pessoa para entrar. O senhor, apesar de não falar inglês, deu-nos a conhecer o local.

Este raro edifício Almorávida do século XII foi mandado construir pelo sultão Ali Ben Youssef, em 1064. É uma construção adjacente à mesquita, onde se encontrava o tanque para a purificação dos fiéis antes das orações. Assim sendo, eles banhavam-se ali antes de entrar na mesquita.

Como possui várias fontes de água no seu interior, durante séculos, este espaço assegurava o abastecimento de água à população. É possível ainda hoje ver a cisterna.

O tanque apresenta uma cúpula soberba! O interior do topo da cúpula é feito em pedra esculpida, um exemplar único da belíssima arquitectura árabe.

Ali ao lado, situa-se a Madraça e Mesquita Ben Youssef. Esta foi em tempos a maior escola islâmica do norte de África. Infelizmente está fechada para obras e só reabre em 2020. Um bom pretexto para voltar a Marrocos 😉

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Misturei-me novamente nos cheiros e cores dos souks. Mais umas comprinhas feitas e fui tomar algo a uma dos cafés mais icónicos de Marrakech, o Le Jardin Cafe. Inicialmente era para almoçar lá, mas achei os preços muito altos. Fiquei-me pelo chá 🙂 Ainda assim, o espaço é muito bonito e super acolhedor.

Energias repostas segui até ao Jardim Majorelle. Ainda é uma boa caminhada (cerca de meia hora) mas faz-se bem.

O Jardim Majorelle é um jardim botânico onde se respira paz e tranquilidade. É o local ideal para fugir ao caos da cidade. Tem imensas espécies de plantas e árvores, onde o verde destas contrasta com o azulão das paredes. Todo o jardim parece um quadro.
Veja aqui como visitar o Jardim Majorelle

Nada melhor que acabar o 3º dia em Marrakech (e último) no terraço do Le Grand Balcon Cafe Glacier, que tem uma vista privilegiada sobre a Praça Jemaa el-Fna. O sol estava a pôr-se e ver todo o frenesim das bancas a serem montadas e os artistas a preparem a sua performance da noite, foi uma experiência incrível.

Deitámo-nos cedinho, pois nos dias seguintes íamos fazer um tour que nos levou a conhecer um pouco mais do país, incluindo dormir uma noite no Deserto do Sahara.

Roteiro do 3º dia em Marrakech:

  • Museu de Marrakech
  • Qoubba Almorávida
  • Madraça e Mesquita Ben Youssef
  • Le Jardin Cafe
  • Jardim Majorelle
  • Praça Jemaa el-Fna

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